Destempero Crónico

(programa de festas e estado das coisas)

24 março 2006

Velhos (des)conhecidos

Se há lugar comum que os portugueses gostam de aplicar a si próprios é o de conhecerem África muito bem. Será. Já foi mais. Terá sido. Quanto a mim, há quem o possa afirmar com mais fundamento. O senhor que se segue pertence a este grupo. Que Ogun o guarde (acho que já o fez).
Eu bem tento informar-me; assumo, sem pejo, uma atracção pelo inteiro continente que a razão não explica e continuo convencido de que a medicina tropical é tão importante quanto a antropologia histórica no que concerne a resolução dos problemas que assolam a esmagadora maioria dos seus habitantes. Conhecendo alguma da história da região, não sinto nenhum complexo colonial. Mas tenho a impressão de que, pelo menos, um reordenamento administrativo (ou mesmo político, porque um de cariz geo-cartográfico não passa de uma efabulação) que contemplasse as estruturas que estes

http://www.tamarin.com/king/kindire1.html

senhores encabeçam, iria mitigar os tórbidos que por lá se vivem desde antes da chegada dos europeus (e dos árabes; e dos chineses - mas essa é uma história para outra ocasião). Atente-se, por exemplo, na melhoria da situação das populações da Guiné-Bissau desde a restauração dos sobas. Ou na influência concreta que alguns dos retratados nunca deixaram de ter (desde o período do tráfico, passando pelo colonialismo, até aos - e durante os - anos do grotesco "marxismo africano").
Ah, a internet! Exotismo à nossa medida. Viajar sem sair do quarto. Se aquele chato do Garrett soubesse...